Galeria do Rock pode virar patrimônio cultural
Reduto do rock paulistano, a Galeria do Rock, no Centro da capital, é ponto de encontro de quem procura CDs, DVDs e camisetas do estilo musical. Grandes ícones internacionais, como Bruce Dickinson (vocalista do Iron Maiden) já visitaram o local.
A arquitetura do prédio se inspira na do edifício Copan (obra de Oscar Niemeyer). Remete à época histórica em que São Paulo tentava renunciar ao viés europeu de suas construções para torná-las mais americanizadas.
Com tanta relevância, a Comissão de Educação da Câmara Municipal deu parecer favorável ao projeto de lei do ex-vereador Coronel Telhada (PSDB) — hoje deputado estadual — que torna o espaço patrimônio cultural da cidade.
“Essa medida reafirma a importância da galeria para o município e a relevância de sua localização”, afirmou o vereador Reis (PT), que preside a comissão. Para ir a voto em plenário, o projeto precisa passar por outras comissões. Caso tenha a aprovação dos vereadores, vai à sanção do prefeito Fernando Haddad (PT). Esse trâmite burocrático ainda não tem data para terminar.
Síndico da Galeria do Rock há mais de 20 anos, Antonio de Souza, o Toninho da Galeria, vê o projeto como recompensa para um importante ponto da capital. “O local é reconhecido tanto nacional como internacionalmente. No ano passado fui à França para fazer um seminário sobre o que a galeria representa como cultura, economia e referência antropológica para a cidade. É mais do que justo oficializar esse status.”
Apesar do destaque que os roqueiros ganham na galeria, o local também é refúgio de outras tribos. Ao seu redor, grupos de jazz e hip hop dão as caras e propagam os ritmos. “O público varia muito porque quem usa piercing e tem tatuagem não é necessariamente roqueiro. Muitas crianças também vêm com os pais aqui. Trata-se-de um lugar multicultural”, disse Toninho.
Por Carina Rossi – Diário de S. Paulo