Gabriela Pinto: Ebola, uma doença que não devemos esquecer.

No ano passado vimos um novo surto de Ebola surgir no continente africano, mobilizando equipes médicas de toda parte.

Porém, desde o início de 2015 não ouvimos mais nada sobre a sobre, o que não significa de forma alguma que foi erradicada. O nome “Ebola” veio do rio Ebola, local onde o primeiro paciente foi infectado, na República Democrática do Congo em 1976.

A doença por vírus Ebola é transmitida através do contato com fluidos de animais ou humanos infectados, causando febre, dor de garganta, dores musculares, cefaleia, vômitos, diarreia, erupções cutâneas, insuficiência hepática e renal, hemorragia e possivelmente levando a morte.

Acredita-se que o hospedeiro primário seja um tipo de morcego, que pode transmitir diretamente ao homem ou a outro animal que infectará o homem em seguida. O vírus permanece nos fluidos corporais por até 2 meses, podendo infectar outras pessoas nesse período, independente da melhora clínica do portador do vírus. Não existe tratamento conhecido nem vacina para a doença, sendo que após a detecção do vírus o paciente é isolado e tratam-se os sintomas principalmente com reidratação. A doença apresenta um grande índice de mortalidade, chegando a 70% em grupos de risco.

Diversos surtos ocorreram desde 1976, os maiores foram registrados em 1995, 2000, 2003, 2007 e finalmente 2014, com mais de 10 mil mortes apenas nesse ano e casos fora da África. Agora em 2015 foram registrados 132 casos e o mês de março trouxe uma boa notícia para a Libéria, o país está sem casos desde o início do mês. Apesar de ser um bom sinal e estarmos próximos de uma erradicação, devemos ficar atentos aos outros dois países que ainda apresentam o vírus, Guiné e Serra Leoa, mantendo as mesmas precauções iniciais. Desde fevereiro duas vacinas entraram em fase de testes em voluntários na Guiné e Libéria, vamos aguardar os resultados.

Aparentemente esse ano se encerrará o maior surto da doença, nos deixando orgulhosos de uma organização não muito conhecida, a “Médicos Sem Fronteiras”, pois graças a eles o controle da doença será possível. http://www.msf.org.br/

*Gabriela Pinto (Crefito-3/187342F) é fisioterapeuta formada pelo Mackenzie e pós graduada em fisioterapia intensiva no Hospital Albert Einstein e atualmente faz fisio geriátrica.