Furto de água cresce 41% nos primeiros quatro meses de 2016

Foram encontradas 7.419 irregularidades, que desviaram 1,182 bilhão de litros de água. Volume é suficiente para abastecer 110 mil pessoas por um mês

As 69 equipes caça-fraude da Sabesp intensificaram as ações e o número de irregularidades nos primeiros quatro meses deste ano foi 41% maior, passando de 5.293, em 2015, para 7.419 na Região Metropolitana de São Paulo e Bragantina. Isso significa que foram feitos, em média, 61 flagrantes de furto de água por dia.

O volume de água desviado foi de 1,182 bilhão de litros, suficiente para abastecer uma cidade do porte de Poá, com 110 mil habitantes, durante um mês inteiro. A companhia cobra retroativamente a tarifa pela água furtada e pelo esgoto coletado. Além disso, o responsável pela fraude responde por crime de furto e pode pegar até oito anos de detenção. O prejuízo estimado com as fraudes foi de R$ 10,95 milhões.

Das 7.419 fraudes identificadas neste ano, 6.400 foram registradas em residências, o que representa 86% do total. Em imóveis comerciais, ocorreram 709 casos e na indústria e economia mista, 310.  No entanto, as fraudes em comércios geram um desvio muito maior de água por causa do tipo de consumo. A violação de hidrômetro (63%) e as ligações clandestinas (37%) foram as principais ocorrências.

Em parceria com a Secretaria de Segurança Pública, a Sabesp realiza operações conjuntas com a polícia, para casos em que o fraudador impede a fiscalização e para prender os agentes fraudadores – que vendem a adulteração para moradores, comerciantes e indústrias. Até abril, foram abertos 78 boletins de ocorrência.

A Sabesp ressalta a importância da população na identificação do crime de furto de água. Até abril foram recebidas 17.200 denúncias de casos suspeitos pelos telefones 195 ou pelo Disque-Denúncia (telefone 181), cuja chamada é gratuita e não exige a identificação de quem telefona. “A fraude prejudica toda a população. Quem comete o crime não se preocupa com o desperdício, pois acredita que não irá pagar pelo alto consumo. É comum entre fraudadores deixar torneiras abertas e não consertar vazamentos”, afirma Marcelo Fridori, superintendente de Auditoria da Sabesp.