Estreia da coluna de Jorge Penillo: Demissão, fim da linha ou oportunidade para se reinventar?

Que o último ano tem sido de muitos desafios para todos, isso não resta a menor dúvida. Algumas empresas em meio às dificuldades dispensaram funcionários para se readequar a nova realidade. Chega a parecer que estamos a um palmo do fundo do poço.

Não é de hoje, que o Brasil passa por situações parecidas, mas o fato que mais desperta a atenção nesse momento de demissões, é a capacidade de certas pessoas se reinventarem.

Vou citar três casos de profissionais que aproveitaram a oportunidade das demissões, para repensarem suas vidas e se reinventarem como profissionais.

Ricardo formou-se professor, mas nunca exerceu. Profissional muito dedicado resolveu entrar em uma empresa de energia, apenas para acertar suas dívidas em início de casamento. Doce ilusão, acabou ficando longos doze anos nessa empresa.

O fato é que Ricardo entrou para ficar apenas uns três anos até acertar suas contas, mas acabou sendo promovido a técnico e esticou sua carreira por muito mais tempo do que deveria.

Mas quem disse que Ricardo estava feliz?

Muito pelo contrário, estava cansado daquela vida de pressão absurda, mas te faltavam forças para se demitir, pois julgava os benefícios da empresa válidos como desculpa para continuar se arrastando.

Ele não se demitiu, mas a empresa em momento de dificuldade não pensou duas vezes, tomou a decisão por ele.

E agora?

Casado, pai de dois filhos pensou: O que fazer?

Parecia o fim do túnel.

Com o apoio de sua esposa e dos dois filhos, resolveu transformar o que até então era um passa tempo, em negócio para a família.

Ricardo gostava de preparar pratos de cozinha vegetariana. Abriu uma pequena porta, no bairro da Liberdade, em São Paulo, apostando em seus experimentos e dotes culinários, com fé e coragem.

O resultado foi surpreendente, em pouco tempo já tinha uma clientela fixa que o mantinha no ponto de equilíbrio financeiro. Um ano depois os lucros começaram a aparecer. Hoje inovou mais uma vez, atualmente criou pratos vegetarianos gourmet, ao ponto de ser mencionado em jornais e revistas.

Os lucros?

Agora estão melhores do que nunca, triplicou seu faturamento.

Carina, assistente de Call Center, entrou em uma empresa, com o sonho de se tornar advogada por ela, formou-se na faculdade, estagiou na área do direito, mas nunca foi lembrada.

Também tratava-se de outro caso de espera contínua. Não se demitia, por alimentar esperança de um dia ser lembrada a compor o quadro de advogados.

Mesmo caso, a empresa tomou a decisão por ela e a demitiu.

Saiu cabisbaixa da empresa, com os olhos marejados, mas encontrou uma pessoa que a fez acreditar que transformar sonhos em realidade vale a pena, e a fez acreditar que não se tratava do fim da linha.

Esforçou-se muito, participou de vários processos seletivos, de várias empresas, até que finalmente foi convidada a trabalhar em um escritório jurídico, iniciando como assistente jurídica.

Resultado: Está fazendo o que gosta.

O terceiro caso retrata a história de Pedro.

Pedro formou-se engenheiro, galgou vários postos na empresa, saindo de estagiário chegando a diretor.

Sua permanência como diretor não foi longa, mas o suficiente para entender que já não tinha uma vida fora da empresa. Eram tantas as exigências e reuniões que chegou a ficar insuportável a pressão em ambiente corporativo.

Pedro também não se demitiu, mas quando a empresa resolveu tomar a decisão por ele, acabou até causando um grande alívio, afinal até sua saúde estava ficando comprometida.

Fim do túnel? Não.

Pedro também se reinventou e transformou-se em um empresário do ramo de produtos naturais, também dá aulas e vez ou outra aparece uma oportunidade de organizar eventos.

Resultado: Está com um pouco menos de dinheiro, mas muito, dez mil vezes muito mais feliz que antes.

Portanto deixo a você como ponto de reflexão, que tenha saído ou crê que a qualquer momento possa ser dispensado da empresa.

Demissão: Fim da linha ou oportunidade de se reinventar?

livro jorge* Jorge Penillo é escritor, palestrante e orientador profissional, com 30 anos de experiência no mundo corporativo no setor de energia e escreve mensalmente no Jornal Cotia Agora.

Saiba mais sobre ele:

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