Estreia coluna de Lúcio Cândido Rosa: Perda de entes queridos na visão Espírita

É comum ainda em nossas vidas, vermos um ente querido desencarnando e as pessoas que mais o amam chorando envolta do leito de dor, por ainda não terem de verdade o conhecimento do que é a morte.

Ao analisarmos as mais conhecidas correntes de pensamento, verificamos que o mais comum é acreditar que após a morte tudo termina; voltamos para um todo; vamos para o céu ou para o inferno, conforme as obras que tivermos praticado; ficamos esperando o dia do juízo final. A Doutrina Espírita vem nos trazer um novo conceito que nos consola e dá resignação, dizendo que a morte não existe porque a vida continua!

Ao aderirmos ao conhecimento dos Espíritos, aquela cena do leito de sofrimento ganha novo significado, pois entendemos que aquele ente querido prestes a falecer, está simplesmente deixando o seu corpo físico por ele não lhe servir mais. Livrando-se da matéria, vai ao encontro daqueles que já desencarnaram e o amavam quando estavam também encarnados, para darem continuidade à sua existência no mundo extra físico, ou em futuras encarnações aqui, na própria Terra.

Não estou dizendo com isso, que devemos adiantar o nosso retorno à pátria espiritual, pois teremos que esperar a hora certa de ir. Tampouco não significa que não devemos chorar a perda daquele ente querido, pois a dor da separação repentina é inevitável, principalmente por alguém que viveu um longo tempo ao nosso lado.

O que acontece é que estamos acostumados a perder uma pessoa querida, sem saber o que vai acontecer com ela. Porém nossos olhos físicos ainda não detectam que naquele exato momento, ela está sendo acolhida pela espiritualidade, no plano maior, por espíritos de luz ou anjos da guarda, com muito amor e carinho, por aqueles que vieram buscá-la.

Se essa condição for aceita por nós, diminuirá a intensidade de nossos sofrimentos, pois saberemos que aquele ente querido será amparado, até que, no devido tempo e merecimento, possamos reencontrá-lo.

Sendo assim eles poderão nos dar sinais de que estão vivos na espiritualidade, seja através de sonhos, intuições ou cartas psicografadas. Mas tudo em momento propício, quando também tivermos o merecimento de assim recebê-los. E para isso acontecer, teremos de estar preparados emocionalmente.

Nesse momento, tiraremos de nós aquele sentimento de revolta ou de injustiça, em condenar a vida ou a Deus pelo que nos aconteceu, pois compreenderemos que já era a hora do nosso ente amado partir.

Outros ainda poderão até dizer “fulano que era tão bom morreu. Aquele outro ali que é tão ruim ainda está vivo, fazendo os outros sofrerem”. Porém a Doutrina nos mostra que aquele que se foi honrou e cumpriu com todos os seus compromissos e objetivos executados aqui na Terra. Aquele que ficou tem uma nova oportunidade de se regenerar para não complicar a sua existência por toda a eternidade, graças à Justiça Divina, que lhe permitiu mais tempo.

Depois de ter analisado tudo isso, poderemos até nos perguntar: Será que não devemos então chorar por aquele que morreu? É claro que sim, pois as lágrimas são como bálsamos em nossos olhos, arrancando de nossos corações inconsoláveis, aquele sofrimento que nos corrói momentaneamente e também como uma oração que alivia toda a nossa dor. Cada vez que isso acontecer, não nos esqueçamos de fazer uma prece envolvendo aqueles que amamos, pedindo toda a Proteção Divina para nós e para eles, imaginando a espiritualidade, os anjos guardiães, dando a eles toda a assistência que merecem, visualizando-os em um bom lugar no plano superior.

Como nós sabemos, esse vazio, essa dor leva um bom e longo tempo para se curar. Sendo assim, tudo depende de cada um de nós. E quando acontecer, não esqueçamos de tomar um “chá de prece”, envolvendo aquela pessoa querida, para que faça uma boa caminhada no Plano Divino e para que nós também fiquemos bem, continuando nossa longa caminha aqui na Terra, sem muita dor e sofrimento, tomando a consciência de que o sofrimento é temporário, fazendo todo o bem possível para aqueles que ficaram ao nosso lado aqui na Terra, buscando também o nosso crescimento espiritual, que irá nos aproximar cada vez mais deles, quando desancarmos.

Tirar a própria vida, prender-se em sofrimentos demasiados, ou perder a vontade de viver só prejudicará a nós mesmos e a mais ninguém. Visite também no youtube nosso canal Caminhos do Espírito “A perda de entes querido”
Muita paz!

*Lúcio Cândido Rosa escreve quinzenalmente sobre espiritismo e espiritualidade no Jornal Cotia Agora