ESPECIAL – “Áreas Públicas Mal Utilizadas em Cotia”: Estádio de futebol vazio

Na terceira parte do “Especial Áreas Públicas Mal Utilizadas” feito pelo Jornal Cotia Agora, nesta semana abordaremos o Estádio Municipal Euclides de Almeida, localizado no Km 34 da Raposo Tavares.

Nas primeiras partes desse especial abordamos duas áreas, o lago da Casa Branca, que sugerimos virar um parque municipal (LEIA AQUI) e o recinto de eventos do centro da cidade, o qual fizemos a proposta de receber órgãos que beneficiem a população, como Senac, AME, centro cultural e creche ou escola (LEIA AQUI). Na terceira parte, focaremos o assunto no estádio municipal.

Um pouco de história

O estádio municipal de Cotia foi criado, apenas como um campo, no início dos anos 60, em uma iniciativa dos irmãos João e Antônio Mansur. Durante décadas foi o principal local de prática de futebol, com campeonatos, torneios e jogos festivos. Nos anos 80 o estádio ganhou arquibancadas e foi palco de jogos do Campeonato Paulista, quando a cidade foi representada pela A.A. Cotia, que disputou a 5ª divisão. O time foi arrendado pela empresa Central Brasileira, que colocou seu nome no clube e virou Associação Atlética Central Brasileira, conquistando acessos e um título, chegando até a 2ª divisão do Paulistão, tendo como destaques grandes craques do futebol brasileiro, como Enéas, Luiz Pereira e Wladimir.

O tempo passou, a Central foi embora de Cotia para Espírito Santo do Pinhal e ficamos sem time profissional. O estádio passou a ser usado apenas pela várzea. Ao longo dos anos, Cotia ganhou novos campos de futebol, além do estádio e dos campos do EC Portão e da Sabesp, usado pelo EC Cachoeira da Graça. Com isso, muitos jogos da várzea passaram a acontecer nesses locais.

Resumindo um pouco a história, para o texto não ficar cansativo, em 2011 foi criado o Cotia FC, time profissional que usou o estádio por cinco anos, até o fim do clube, que não disputa mais campeonatos profissionais. Após isso, o estádio ficou largado.

Abandono e sem utilidade

O Estádio Municipal leva o nome de Euclides de Almeida, jogador profissional da cidade que atuou em várias equipes nos anos 50 e 60, quando era chamado de “Cotia”. Após sua morte, depois de alguns anos, o estádio foi batizado com o nome do “Eucridão”.

O abandono do estádio aconteceu muitas vezes, antes e depois do surgimento do Cotia FC. O Jornal Cotia Agora chegou a publicar a situação do local, com mato, banheiros quebrados, sem energia elétrica, sem água e condições de receber eventos.

Nos últimos anos, o estádio não recebe mais jogos. É raro, apenas no Campeonato Municipal, que neste ano deve começar em abril ou maio. É pouco para uma área bem localizada, à beira da rodovia. Pessoal mais antigo da cidade conta que a área ainda está irregular, que a documentação da doação nunca foi homologada, mas, a responsável pelo local ainda é a Prefeitura de Cotia.

Solução?

O prefeito Rogério Franco anunciou em abril de 2018, no lançamento do Campeonato Municipal, um projeto de revitalização e reforma do estádio do Atalaia, com a colocação de cobertura na arquibancada, pistas de corrida e caminhada, enfim, um grande (no projeto) centro esportivo, onde o campo receberia grama sintética.

Caso o projeto seja colocado em prática em 2019, a chamada “Arena Atalaia” pode ser o grande palco do futebol amador de Cotia, onde poderia receber os jogos importantes, como as finais.
Com isso, o estádio municipal ficaria mais obsoleto ainda. Vale lembrar que Cotia tem diversos campos para a prática de futebol: Santa Isabel (Km 21), São Vicente (Km 26), Barbacena, Beira Rio (Rio Cotia), Jardim Ipê, Jardim Sabiá, E.C. Portão (particular), Stella Maris, Mirizola, Vila São Joaquim, Petrópolis, Atalaia, Morro Grande (particular), além dos da região de Caucaia do Alto, como o José Lopes Neto, dos Mendes, dos Pereiras, etc.

O local do estádio municipal poderia também ser uma área para receber um grande órgão, como um Senac, um Sesc. A localização próxima ao Terminal Metropolitano e Centro de Cotia facilitaria o acesso do público. Uma passarela no Km 34 ligando o local ao Centro iria garantir o ir e vir dos frequentadores.

Boatos causam temor em moradores

Há cerca de dois anos começaram a circular boatos de que o estádio municipal iria virar um recinto de eventos, principalmente para a malfadada festa do peão. Tem gente que garante que o espaço deva ser o novo local para este tipo de festa e muitos moradores do entorno temem por isso, devido ao barulho e impacto de vizinhança que quem vive ao lado do atual recinto já passa há anos.

A construção de um recinto para festas deste tipo, com grande público, causaria um transtorno sem precedentes na Raposo Tavares, já que não há vias alternativas de entrada e saída do local.

Vamos aguardar. Que esta área pública possa ser notícia na mídia em breve como um local que traga benefício à população cotiana.