Em sua coluna, Dr. Thiago Camargo fala da importância da vacinação em grávidas

Desde 2014, a Secretaria de Estado da Saúde iniciou, em todos os municípios de São Paulo, a vacinação “2 em 1” para grávidas entre a 27ª e a 36ª semana de gestação.

A vacina acelular, que compõe o calendário do SUS (Sistema Único de Saúde), além de proteger grávidas e fetos contra difteria e tétano, também imuniza contra a coqueluche, doença que apresenta um alto índice de mortalidade, principalmente em crianças com até dois meses de vida.

A inclusão da coqueluche no esquema de vacinação de gestantes visa imunizá-las tanto para diminuir a transmissão da doença para o recém nascido quanto para oferecer proteção indireta nos primeiros meses de vida, quando a criança ainda não teve a oportunidade de completar o esquema de três doses da vacina recomendado pela rede pública de saúde.

No calendário do SUS, a vacina com o componente pertussis de células inteiras já é oferecida para as crianças de até seis anos de idade. A primeira dose deve ser recebida aos dois, a segunda aos quatro e a terceira aos seis meses de idade.

A  vacina acelular é produzida pelo Instituto Butantan graças a um acordo para transferência de tecnologia firmado com a GlaxoSmithKline (GSK) para a produção local do componente pertussis acelular do imunobiológico. Antes, o Butantan já produzia a vacina contra difteria e tétano. Pelo acordo, o laboratório faz a transferência de seu know-how para a produção do componente acelular contra a coqueluche, desenvolvendo, desta forma, uma vacina que  imuniza contra as três doenças.

A imunização oferecida pela vacina acelular é fundamental para proteger, além das gestantes, os bebês que já nascerão com os anticorpos necessários à prevenção da difteria, do tétano e coqueluche. Com isso, pretende-se diminuir tanto o número de casos quanto o número de mortes de recém-nascidos, causadas por essas doenças, por meio de medidas preventivas como a vacinação.

A vacina acelular está disponível para as gestantes nas unidades básicas de saúde municipais.

Além das grávidas, os profissionais de saúde que trabalham em maternidades e berçários, como anestesistas, obstetras, pediatras, enfermeiros e técnicos de enfermagem, também devem ser imunizados.

*Dr. Thiago Camargo (CRM 107445) é ginecologista e especialista em saúde da mulher e escreve no Jornal Cotia Agora.