Dono de empresa que opera o TEG em Cotia esclarece sobre possível greve

Por Sam Ávila e Beto Kodiak

Um grande impasse gerou temor em pais de crianças de escolas municipais de Cotia que utilizam o TEG – Transporte Escolar Gratuito.

A falta de pagamento dos motoristas gerou uma ameaça de greve nesta semana, causando revolta nos pais, que temiam ver seus filhos terem que andar quilômetros para chegar à escola.

Na manhã desta sexta-feira (10) os motoristas levaram as crianças às escolas e fizeram uma paralisação, levando os ônibus até a frente da prefeitura, esperando serem recebidos por alguém da administração e terem o pagamento de seus salários atrasados.

Os ônibus e funcionários pertencem à empresa Valli, que venceu licitação para este tipo de serviço já há alguns anos. O Jornal Cotia Agora conversou com o proprietário da empresa, Adilson Lima, que contou em detalhes o que vem acontecendo, como forma de esclarecer a população. Leia na íntegra a declaração de Adilson à nossa reportagem:

O negócio não é muito difícil de entender. Eu já fiquei até cinco meses sem receber da prefeitura nos governos do Quinzinho e do Carlão e nunca deixei de pagar os funcionários. Mas, a gente sempre tinha alguém na administração que dava satisfação, explicava sobre as dificuldades financeiras, prometiam acertar e acertavam as contas, demoravam, mas acertavam. Desta vez, eu não encontrei na administração ninguém para me dizer que iam me pagar, pelo contrário, encontrei uma conversa meia chata, do tipo, não vou querer pagar isso, vou pedir para alguém ver e o negócio foi rolando.
Para complicar, ainda veio a conversa de que o prefeito não me quer mais prestando o serviço. O prefeito não é dono da cidade, eu sou um prestador de serviço, eu ganhei uma licitação, eu tenho um contrato em vigência.

Só que eu pensei: “Quer saber? tirando dinheiro de um lugar para pagar as contas e tem gente que sequer fala em uma parceria. Vou pagar os funcionários pra quê? Não vou tirar dinheiro de outro lugar para cobrir o rombo”.
Cheguei nos funcionários e disse que só ia pagá-los quando a prefeitura me pagar. Nisso o sindicato se doeu, marcou uma assembleia e decidiram uma greve. Foi quando a prefeitura chamou o sindicato e a comissão de funcionários na quarta-feira (8) e disse que iria pagar na quinta-feira (9), mas não cumpriu o prometido. Às 5h da manhã desta sexta-feira (10), os funcionários me ligaram cobrando uma posição e eu disse que a prefeitura não tinha efetuado o pagamento. Eu recomendei que se fossem fazer um manifesto nem tirassem os carros da garagem ou então levassem as crianças para as escolas e fizessem o manifesto de forma pacífica e ordeira e se a prefeitura pagasse até às 11h da manhã, eles iriam buscar as crianças normalmente. Caso a prefeitura não pagasse. Aí fariam a paralisação que pretendiam.

Adilson ainda contou ao Jornal Cotia Agora que às 8h18 desta sexta-feira a prefeitura fez uma TED – Transferência Eletrônica Disponível na conta da empresa, liquidando uma das três faturas atrasadas e ele garantiu aos funcionários que o salário estaria na conta ainda nesta sexta.

O dono da empresa Valli ainda ressaltou que avisou secretários e funcionários do Gabinete do prefeito para evitar este tipo de desgaste, para não haver uma possível greve. Mas, segundo ele, ninguém deu uma satisfação sobre os três meses de atraso no pagamento.

Os ônibus voltaram a circular e transportar as crianças.

O Jornal Cotia Agora em seu papel de fazer um jornalismo sério, sempre procura todas as partes envolvidas em questões como essa. Enviamos uma solicitação à assessoria de imprensa da Prefeitura de Cotia às 7h29 desta sexta-feira e não tivemos respostas, mais uma vez. Não é a primeira vez que publicamos alguma reclamação ou questão de relevância aos munícipes de Cotia sem a resposta ou uma simples posição da administração.