Cotia e cidades da região amargam prejuízo de R$ 430 milhões na arrecadação

Na manhã desta quinta-feira (25) o Cioeste – Consórcio Intermunicipal da Região Oeste Metropolitana de São Paulo, divulgou relatório atestando a queda de arrecadação das oito cidades que compõem a entidade.

Segundo o documento, no primeiro quadrimestre de 2015, as prefeituras tiveram queda de R$ 430 milhões. Vale ressaltar que até o fechamento da pesquisa, apenas Pirapora do Bom Jesus não apresentou os dados. Conforme o levantamento, os orçamentos das cidades para os primeiros quatro meses somam total de R$ 2,7 bilhões e representam 39% do total das receitas anuais. Até 30 de abril, as prefeituras haviam recebido R$ 2,264 bilhões.

As administrações alegam que não conseguiram arrecadar o que estava orçado na LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias autorizada pelas Câmaras Municipais para os quatro meses de 2015 e culpam a crise econômica mundial pelo cenário financeiro negativo.

No que se refere a valores, Osasco foi a mais prejudicada. A cidade tinha estimativa de R$ 791.250 milhões em arrecadação nos primeiros quatro meses do ano, mas obteve R$ 641.325 milhões, resultando em menos R$ 149,925 milhões, o que corresponde a queda de 18,95%. Barueri tem valores similares. O município almejava arrecadar R$ 862.266 milhões, mas conseguiu R$ 712.554 mi. Foram R$ 149.771 milhões a menos, queda de 17,36%.

Em relação às porcentagens, Jandira foi a mais prejudicada pela queda de arrecadação. A administração jandirense orçou em R$ 128.045 milhões, mas para sua frustração, adquiriu apenas R$ 82.465 milhões, sendo R$ 45.579 milhões a menos do que esperava. Esses valores correspondem a queda de 35,60%. No mesmo balanço, seis municípios apresentaram medidas adotadas para apertar o cinto na tentativa de economizar. O relatório não consta as ações de Pirapora do Bom Jesus e Santana de Parnaíba.

Em comum, os seis destacam redução nas contas de água, luz, e telefone. Contudo, alguns tiveram que adotar ações específicas, inclusive drásticas. Osasco, por exemplo, demitiu 2.000 funcionários, assim como Cotia que dispensou 300. Barueri precisou reduzir salários do prefeito, vice, secretários e adjuntos. Jandira por sua vez adotou reforma administrativa e cortou secretarias e tende a reduzir cargos e salários. Carapicuíba cortou horas extras em 60% e encerrou 30% dos contratos de aluguel. Itapevi optou por economizar no combustível da frota municipal.

O prefeito de Osasco Jorge Lapas (PT), que também preside o Cioeste, explica que é preciso mostrar que o problema não está em só um município, mas que todos foram afetados pela queda da arrecadação. Ele utiliza sua cidade como exemplo, “Osasco mandou mais de 2.000 funcionários embora. Sabemos da dificuldade das pessoas e o que é o desemprego na vida de uma família, mas precisamos explicar o porquê está acontecendo e que não é uma coisa de incompetência dos prefeitos, é muito maior que isso (…) Claro que afeta a qualidade do serviço público. Então, é justificar para a população o que tivemos que fazer porque o momento requer. É um sacrifício”, admite.

Por Maximiliano Soriani – Webdiario