Conheça a jovem de escola de Cotia que conseguiu uma bolsa na Lehigh University, nos EUA

Considerada ambiciosa por ter como meta entrar em alguma das melhores universidades de São Paulo, a jovem Marina Sutija, de 19 anos, não poderia imaginar que seus sonhos a levariam ainda mais longe. Estudando Engenharia Química na Lehigh University, nos Estados Unidos, onde conseguiu uma bolsa de estudos, Marina agora quer poder usar seus conhecimentos para contribuir com a sua comunidade. Entre os objetivos, buscar formas de tratar os rios Pinheiros e Tietê.

Moradora de Carapicuíba, a estudante sempre foi incentivada a se dedicar à educação para alcançar seus objetivos. “Meus pais me ensinaram desde muito nova que a educação tem um poder transformador muito grande e que poderia me levar aos destinos mais altos, ao alcance dos meus sonhos. E que, apesar da nossa família não ter recursos financeiros, o dinheiro nunca deveria ser uma barreira entre o conhecimento e eu”, explica.

Foi seguindo esse conselho que ela começou a querer se graduar em uma universidade de excelência. Estudante de escola pública até o nono ano, Marina conquistou uma bolsa para cursar o Ensino Médio em uma escola particular. Foi nessa época em que percebeu que poderia, além de tentar os vestibulares no Brasil, buscar uma oportunidade fora do país.

“No primeiro ano [do Ensino Médio] eu comecei a planejar como eu poderia conseguir uma bolsa numa universidade nos EUA”, conta. A rotina era puxada e o processo de adaptação foi difícil, mas ela não desistiu. “Encarei, com o suporte dos meus pais, cada desafio sabendo que eles me fariam mais forte, me preparariam para outros mais difíceis, e, finalmente, me levariam para a faculdade dos meus sonhos”.

Auxiliada pelo programa Ismart, que dá a chance de alunos de baixa renda e bom desempenho estudarem em colégios particulares, e já havia levado Marina para o Colégio Sidarta, em Cotia, a jovem teve a chance de sentir como seria a experiência de estudar fora ao conseguir uma bolsa para um curso de verão em Yale. “Eu pude reforçar a minha ideia de estudar fora e ver se aquilo era mesmo tudo o que eu imaginava. Para a minha alegria, era. Cada dia era mais inspirador e cheio de novidades que o outro. E eu não só estive em um ambiente acadêmico americano, como também tive aulas relacionadas ao meu curso (Engenharia e Química) com estudantes de graduação de universidades estadunidenses, com quem eu pude trocar experiências e tirar dúvidas”, explica.

Ao voltar do curso de verão, a rotina de estudos se intensificou. Marina se dividia entre estudar para o vestibular tradicional e para os processos norte-americanos. Em meio a isso, ela ainda se preparava para o TOEFL, certificado de proficiência em inglês exigido pelas instituições. “Algo que eu acredito que tenha feito diferença foi a minha organização. Eu sempre gostei de anotar e fazer planos para tudo o que eu gostaria de fazer no dia ou na semana, dividindo meu tempo para ler os livros e fazer simulados”.

Com a ajuda da Education USA, uma instituição dos Estados Unidos que dá oportunidades acadêmicas a alunos brasileiros, a estudante encontrou o estilo de instituição que buscava. “Eu cheguei à conclusão de que o que eu buscava era uma faculdade de médio porte. O que fez eu me apaixonar por Lehigh não foram só esses atributos, mas também o fato de que ela os une com um dos melhores programas de engenharia e pesquisa do país”, conta.

Já no segundo semestre nos Estados Unidos, Marina conta que o maior desafio foi se adaptar ao ritmo, mas nada que ofuscasse a felicidade de estar na Lehigh. “Aqui, cada dia me proporciona uma surpresa diferente. Mesmo sabendo que eu teria aula com professores brilhantes, é impressionante e inspirador ir para a aula às oito da manhã e ouvir um professor fazer, apaixonadamente, do conceito mais simples de cálculo algo belo e cheio de riqueza”.

Para o futuro, ela deseja retribuir aquilo que conquistou ajudando o local de onde veio, em especial, no que for relacionado ao meio ambiente. “A minha razão de buscar o melhor ensino no mundo não foi somente para mudar a minha realidade, mas também a realidade da minha comunidade no Brasil. Eu acredito que para fazer a mudança no mundo é preciso começar em casa. E a minha casa é o Brasil. Eu quero voltar depois que me formar e aplicar a minha pesquisa no país, com o objetivo de alcançar o meu maior sonho: mudar a forma como nós nos relacionamos com a água”, explica.

Quem tiver interesse em conhecer o programa, o Ismart está com bolsas abertas para estudantes da rede pública.

Do Notícias Universia – Fonte: Tiago Queiroz/Divulgação Ismart