Coluna espírita de Lucio Cândido Rosa: Tenho medo? Ou tenho fé?

Analisando-nos friamente, percebemos que temos muito mais medo do que fé.
Fé é uma força interior que nos leva ao progresso material e espiritual.
Na verdade, o que nos leva a não ter fé, é o medo de errar. Não nos conformamos de termos errado, como se já nascêssemos sabendo de tudo, sem a necessidade de evoluir.
Trazemos experiências de vidas passadas, mas ainda não somos “donos de sabedoria”.
Muitas vezes, falamos algo e acrescentamos: – Se Deus quiser!
Mas, não é Deus que tem que querer, somos nós, pois é muito cômodo jogarmos nossos fracassos à vontade Dele.
Essa atitude vem no intuito, de acharmos um culpado para descarregarmos nossos erros, pois a culpa é sempre do outro, ou da ferramenta da qual fazemos uso.
A fé faz com que estejamos inseridos naquela ação que desejamos executar. É a energia viva emitida através de nossos pensamentos. É a certeza de que tudo realizar-se-á com sucesso.
É mais que acreditar, é incorporar todo conhecimento em nossa essência divina.
Quando raciocinarmos sobre um assunto, seja de ordem religiosa ou não, temos que nos isentar de qualquer juízo de valor, pois será tendencioso.
Devemos analisar friamente o assunto, para verificarmos sua veracidade.
Jesus dizia: – “Eu Sou! ”
Isso significava toda sua magnitude, seu conhecimento baseado na fé divina, sobre tudo o que há no Universo.
“Vós sois deuses, dizia Ele, farão o que eu faço e muito mais”.
Para termos uma fé raciocinada, devemos evocar o “deus”, que existe dentro de nós, buscando a verdade.
Esse “Eu Sou”, indica a evolução plena de Jesus, como filho do Criador, evolução essa que ainda não conquistamos.
Mas, a ciência moderna, principalmente a física quântica, está aí para nos auxiliar a compreender esse processo.
Allan Kardec, orienta-nos a seguirmos a ciência, aliando a ela os conhecimentos espirituais.
Quando tivermos conhecimento de todos “os mistérios” divinos com os quais ainda nos deparamos, poderemos repetir a frase de Jesus: – “Eu Sou”.
Esse eu sou é o conhecimento, a fé impregnada em meu espírito, que é uma centelha divina.
Os discípulos, que estavam próximo ao Mestre Jesus, e recebiam toda sua energia, eram advertidos por Ele, por terem pouca fé.
Por isso, temos que buscar a fé em nós mesmos, em tudo que fizermos, para chegarmos à fé em Deus.
Temos que aprender a nos amar, para podermos amar ao próximo.
O mesmo acontece com a fé. Ela tem que vir de dentro de cada um de nós, para depois se exteriorizar.
Estamos do lado da força, do bem, da luz, do discernimento, ou preferimos olvidar tudo isso e continuarmos na escuridão?
Todos os meios de comunicação modernos, vieram para nos mostrar novos horizontes.
Mas, temos que tomar muito cuidado com informações verídicas e as chamadas “fakes”, que se misturam na internet.
Muitas verdades são mascaradas por mentiras e vice-versa. E, com isso verificam-se inversões de valores.
Na atualidade, a pandemia do coronavírus nos apavora.
Na época de Jesus, o terror era a lepra.
Depois vieram: a tuberculose, a peste negra, a gripe espanhola, aids, a dengue, gripe viária, suína e muitas outras.
Todas elas tiveram sua fase angustiante mas passaram.
Essas doenças não foram erradicadas totalmente de nosso meio e, não nos afetam mais, não nos aterrorizam mais.
São mensagens enviadas por Deus, para que a humanidade pare e reflita sobre suas ações, que não estão em conformidade com a ordem divina do universo.
Novos conhecimentos, quanto a medicamentos, vacinas, e procedimentos preventivos são incorporados aos antigos…
Precisamos nos cuidar sim. E muito.
Não podemos adoecer de angustia, medo, depressão, ou outros sentimentos de teor negativo.
Há também doenças preexistentes, que estamos deixando de cuidar, pelo medo de ir às consultas regulares, necessárias e até emergenciais, em muitos casos.
Estamos nos adoecendo, morrendo a cada minuto, praticamente por vontade própria.
Vamos aproveitar a quarentena e refletir, o que é melhor para cada um de nós: se é ter muito medo ou muita fé, acreditando que tudo irá passar.
E, que passe com tranquilidade.
Refletindo as frases do Mestre Jesus: “ Homens de pouca fé. Se tivesses fé do tamanho de um grão de mostarda, poderíeis transportar essa montanha daqui para ali, verificamos que essas montanhas, são problemas que acumulamos e somos obrigados a enfrentar.
Com nossa fé, pura e verdadeira, poderemos dissipá-los, eliminando-os de nossas vidas.
Lembramo-nos de Chico Xavier, que em meio às dificuldades, recebia a mensagem de seu mentor: – Tudo passa!
O medo se faz necessário neste momento para que busquemos a fé, que está hoje esquecida, em meio às buscas dos prazeres terrenos.
Muita paz a todos!

* Lucio Cândido Rosa escreve quinzenalmente sobre espiritismo e espiritualidade no Jornal Cotia Agora. Quer enviar sugestão de algum tema para que ele aborde? Envie para o email [email protected]