Espiritismo com Lucio Cândido Rosa: A necessidade de evitar um suicídio

Caro Leitor!
Quanto mais o tempo passa, tenho plena certeza da necessidade em voltar a falar a respeito do tema “suicídio”, pois com o advento do Espiritismo, fica claro de que somos Espíritos Imortais (situação que a própria ciência acadêmica já está quase comprovando), e que não temos o direito de abreviar a nossa vida.
Assim vamos vivendo, um dia de cada vez, enfrentando muitas adversidades neste mundo de Expiações e Provas, provavelmente sofrendo reflexos desta ou de outras vidas que tivemos, onde por nossa própria incúria cometemos vários deslizes.

Assim existirão momentos, em que desejaremos tirar nossa vida, o que não é permitido pela Lei Humana e muito menos pelas Leis de Deus, pois se por uma temos que responder a um processo jurídico, pela outra teremos que prestar contas do corpo que nos foi emprestado.
Portanto, se um dia nos sentirmos desamparados, sozinhos ou infelizes, jamais deveremos ficar maquinando em tirar a própria vida, na ilusão de que tudo estará resolvido.

É uma ilusão tão grande que nos causará consequências dolorosas, podendo gerar um processo obsessivo, acompanhado de entidades em condições inferiores, que conservam o sentimento de vingança por nós, causado por algum deslize cometido no passado ou em outras vidas, colaborando com a nossa ideia de cometermos esse ato insano.
A insistência dessa ideia medíocre diante dos problemas que enfrentamos, após a morte terá uma proporção ainda maior, pois se antes tínhamos um problema, depois da morte teremos muito mais.

A descoberta de que a vida continua e que não tínhamos a liberdade de livrarmo-nos de nosso corpo de carne, tendo que ficar preso a ele até que se cumpra o tempo determinado para o desligamento, nos trará grande sofrimento.
Consequentemente iremos sentir a decomposição do nosso corpo, o seu odor fétido, acompanhado pela dor e desespero em ver nossos entes queridos sofrendo por termos tirado a nossa própria vida.

E esse sofrimento todo será gerado pelo não cumprimento de vida assumido ainda no plano espiritual, pois só Deus tem o direito de tirar a nossa vida, e se alterarmos os planos Dele, desequilibraremos toda constituição do Universo.
Passando a primeira fase de todo esse sofrimento, deveremos sentir nas profundezas de nossa alma o arrependimento sincero, aceitando toda a colaboração que vem do Pai, através da Legião dos Servos de Maria, a mãe de Jesus, no plano Espiritual.

Seremos levados a hospitais espirituais, para o devido amparo moral, psicológico, refazimento do corpo espiritual e uma possível preparação para uma nova existência na Terra.
De volta ao mundo terreno, percorreremos quase os mesmos caminhos da vida anterior, até o ato praticado, agravados por uma dose maior de sofrimentos, provocados pelos órgãos danificados pelo tiro, afogamento, ingestão de remédios de forma desordenada, resultantes do ato impensado.
Deus jamais nos desampara, tanto na vida como na morte. Sempre coloca ao nosso lado pessoas que estejam dispostas a nos ajudar. Promove meios para que solucionemos nossas dificuldades mil sem que percebamos.
Sendo assim, encaremos cada situação de frente, entendendo que somos capazes de supera-las, pois Ele jamais nos daria um fardo que não pudéssemos carregar.

Ainda na vida terrena, teremos como primeiro socorro a prece, a meditação, pessoas especializadas em atendimento como: psicólogos, psiquiatras, terapeutas, e Atendimento Fraterno na casa espírita.
Mesmo assim, se a dor e o sofrimento ainda persistirem haverá alguma lição para ser aprendida ou refeita, para que saibamos valorizar a vida.
Necessitamos de um tempo maior para expiar o passado, que algumas vezes se faz presente, nos colocando à prova novamente.
Dessa forma digamos não ao suicídio direto ou indireto, onde um é arquitetado e outro vai nos tirando a vida lentamente pelos nossos vícios e defeitos.

Tendo a consciência de que qualquer órgão lesado, por nossa incúria, exigirá reparação na mesma proporção ou em piores condições, deveremos nos afastar de qualquer pensamento suicida.
E, que o conhecimento disso não nos leve a julgar a ninguém que conheçamos, e que esteja enfrentando uma situação de debilidade.

Fiquemos atentos, como sentinelas, ao lado das pessoas que estejam a nosso volta se isolando, deprimidas ou dando sinais de que estão prestes a cometer o suicídio, pois estão em nossas mãos as possibilidades de ajudar a um ente querido ou a quem quer que seja, que esteja precisando de conselhos e orações.
Muita paz a todos!

* Lucio Cândido Rosa escreve quinzenalmente sobre espiritismo e espiritualidade no Jornal Cotia Agora. Quer enviar sugestão de algum tema para que ele aborde? Envie para o email [email protected]