Lucio Cândido Rosa: 8º mandamento da Lei de Deus. Não levantar falso testemunho

Caro Leitor!

Quando levantamos falso testemunho?
– Quando prometemos algo e não cumprimos;
– Quando testemunhamos erroneamente contra alguém;
– Quando julgamos alguém e através de nossa fala o prejudicamos…
Esse princípio de verdade que impede que cometamos erros, irreparáveis muitas vezes, é contemplado nos mandamentos da Lei de Deus e no Evangelho de Jesus.

Para testemunharmos um fato, precisamos analisá-lo com cuidado, nos apropriando da veracidade do acontecido para não prejudicarmos alguém através dessa ação.
Falsas promessas são falsos testemunhos. Juramos por Deus e não cumprimos, é falso testemunho.
No casamento religioso, por exemplo, testemunhamos que, amaremos nosso (a) parceiro (a), nas doenças, nas tristezas, nos conflitos, na velhice, até que a morte nos separe. Mas normalmente não é isso o que ocorre.
Existem grandes promessas políticas que não se cumprem…

Nos tribunais, quantos falsos testemunhos aconteceram, desde a época da Santa Inquisição, quando tantas pessoas foram torturadas e levadas à fogueira, pagando por atos indevidos.
A inveja, o egoísmo, a vaidade, a ignorância pelo poder, sempre permearam os corações endurecidos desses algozes da humanidade.

Jesus, veio para pregar o amor, a paz e o respeito para com o semelhante, para com o próximo….
Em várias passagens do Evangelho, Ele nos exorta a sermos cuidadosos ao abrirmos nossa boca ao falarmos qualquer coisa.
E, quando prega o jejum?
É deixarmos de nos alimentar? É quase morrermos de fome?
Não. Podemos até deixar de comermos certos alimentos, por prescrições médicas ou quando tivermos a certeza de que isso trará algum dano à saúde. Mas sem exageros!

Quando o mestre nos recomenda o jejum para nos purificarmos, não está falando do lado material.
Nós, materialistas que somos, entendemos que é simplesmente deixarmos de comer e beber algo, como se isso agradasse ao senhor.

Na verdade, Jesus se referia ao “jejum de língua”, se assim podermos dizer. É o jejum de palavras mal proferidas, que possam ofender, acarretando a discórdia ou prejuízo ao nosso próximo.
Nós, seres humanos, somos excelentes juízes, mas não passamos pelo crivo da razão tudo o que vemos e ouvimos. Criticamos e principalmente julgamos.

Esquecemos das palavras do Mestre, que dizia que com a mesma medida que medirmos ao próximo, seremos medidos também.
Nossa consciência será nosso juiz quando formos à espiritualidade. Não seremos julgados senão por nós mesmos.
Geralmente quando julgamos, passamos esse pensamento adiante, não fazendo segredo. E, se estivermos errados em nosso ponto de vista, cometeremos falso testemunho, nem sempre provando o que pensamos.
Pautados pela lei do amor e da caridade, devemos sempre usar de empatia, quer dizer colocando-nos no lugar do outro.

Se fosse eu, o que faria? Não tomaria semelhante atitude?
No capítulo X de O Evangelho Segundo o Espiritismo, quando fala de Indulgência, a mensagem diz que esse sentimento é doce, é fraternal e, que todo homem deveria ter para com os demais.
Faz também vários questionamentos: – Ninguém sendo perfeito, segue-se que ninguém tem o direito de repreender o próximo?
– Será repreensível observar as imperfeições dos outros, quando disso não pode resultar nenhum proveito para eles, quando não sejam divulgados?
– Há casos em que sejam úteis revelar o mal de outrem?

Certamente devemos procurar o equilíbrio e o que podemos fazer de melhor em cada uma dessas questões.
Precisamos trabalhar pelo progresso de todos e fazer uso da razão sem censurá-los com severidade.
Deveremos reconhecer a imperfeição do outro, assim como a nossa e não fazer uso dessa informação para tirar vantagens.

Quando o assunto é sério e que possa prejudicar outras pessoas, não podemos calar para que o mal não se propague.
“Segundo as circunstâncias, desmascarar a hipocrisia e a mentira pode ser um dever, porque vale mais que um homem caia, do que vários se tornarem enganados ou suas vítimas. Em semelhante caso, é preciso pesar a soma das vantagens e dos inconvenientes”.
Muita Paz a todos!

* Lucio Cândido Rosa escreve quinzenalmente sobre espiritismo e espiritualidade no Jornal Cotia Agora. Quer enviar sugestão de algum tema para que ele aborde? Envie para o email [email protected]