Dr. Thiago Camargo aborda os implantes odontológicos

Com o aumento da expectativa de vida e renda do brasileiro temos observado uma mudança no sorriso das pessoas.

A técnica de implante revolucionou a odontologia e se num passado relativamente recente perder os dentes ao longo da vida era considerado um fato natural, hoje pessoas desdentadas ou com falhas na boca querem voltar a sorrir aberto, não importa a idade que tenham.

A reabilitação é funcional e estética, já que a falta de dentes altera o contorno da face, devido à retração do osso, e interfere na deglutição, na respiração e na autoestima. Estima-se que até o ano de 2020, cinco milhões de brasileiros terão feito implantes dentários, já que é a opção mais confortável e natural do que as tradicionais dentaduras.

O implante é uma raiz artificial fabricada com o metal titânio, material que não sofre rejeição do organismo. Há vários planejamentos de implante, desde o convencional até a carga imediata, que permite recuperar a dentição no mesmo dia dependendo da quantidade e qualidade óssea. A idade indicada é a partir dos 18 anos, quando cessa o crescimento dos ossos da face, no entanto, não há limite máximo de idade para realização desse procedimento caso não haja problemas clínicos que o impossibilitem, como por exemplo hipertensão arterial e diabetes descompensadas.

Assim como ocorreu com a cirurgia plástica e com a ortodontia (correção dos dentes com aparelho), profissionais não especializados e, principalmente, empresas estão entrando nesta área da odontologia, podendo comprometer o sucesso do tratamento além de oferecer risco à saúde do paciente.

Especialistas em implantodontia alertam o público a desconfiar de orçamentos muito baixos. Se comparado há duas décadas, um implante hoje tem um custo inferior, mas é preciso bom senso. O material é caro, a logística é cara e são necessários procedimentos clínicos que tomam muito tempo do profissional, afinal, trata-se de uma cirurgia.

A técnica é considerada um procedimento seguro e permanente, mas, se não for bem feita, pode levar a complicações, como a perda do implante, de tecido ósseo, infecções e até paralisia na face no caso de implante na arcada inferior, uma vez que existe o risco de atingir o nervo.

Recomenda-se que as pessoas consultem o Conselho Regional de Odontologia, já que uma especialização em implantodontia leva de 24 a 36 meses em locais ou hospitais credenciados pelo Conselho Federal de Odontologia e tem que ter registro no MEC (Ministério da Educação).

*Dr. Thiago Camargo (CRM 107445) é ginecologista e especialista em saúde da mulher e escreve  no Cotia Agora.