Coluna do Dr. Thiago Camargo aborda gravidez e as viagens de avião

Nas últimas décadas, as mulheres têm deixado de atuar apenas nas atividades do lar para também se lançarem no mercado de trabalho, apresentando graus de escolaridade cada vez maiores, desempenhando papéis importantes e ocupando cargos que antes eram somente para homens, sendo que, em muitos casos, precisam fazer viagens nacionais e internacionais utilizando  aviões.

As viagens devem ser evitadas caso a gestante apresente dores ou sangramento antes do embarque.
As viagens longas não devem ser realizadas por gestantes que tenham múltiplos partos prévios,  que tenham  incompetência istmocervical (aumenta a chance de trabalho de parto prematuro) e nas que tiveram partos anteriores prematuros.

Estudo recentes demonstram que o voo não se relaciona ao aumento da incidência de ruptura prematura de membranas ovulares (bolsa rota) ou ao descolamento prematuro de placenta.

A partir de 36 semanas de gestação, é necessário que a gestante apresente declaração do seu médico, permitindo o voo.
Em casos de gestações de gêmeos, a declaração deve ser feita após 32 semanas.
A partir de 38 semanas, a gestante só poderá embarcar acompanhada dos respectivos médicos responsáveis.
Não há restrições no pós-parto para a mãe, mesmo de imediato. No entanto, deve-se adiar a viagem do recém-nascido para depois da primeira semana de vida, em vista das várias transformações pelas quais o bebê passa e sua fragilidade inerente ao período.

É aconselhável que as gestantes sigam as seguintes recomendações:
1. Antes do voo: evitar dieta produtora de gases nos dias anteriores à viagem e procurar corrigir quadros de  anemias preexistentes;
2. Durante o voo: manter o cinto de segurança constantemente afivelado sobre a pelve, evitando choques na barriga, especialmente perigosos no terceiro trimestre de gestação; evitar alimentos que produzam gases nos dias anteriores e durante o voo. Em casos de voos com duração superior a quatro horas, fazer exercícios leves com as pernas, visando evitar a imobilidade prolongada, que aumenta riscos de tromboses venosas.

*Dr. Thiago Camargo (CRM 107445) é ginecologista e especialista em saúde da mulher e escreve no Cotia Agora.