Diabetes e Sexualidade na opinião do Dr. Thiago Camargo

O índice de pessoas com diabetes no Brasil vem crescendo desde 2006, passando de 5,5% para 6,9%, segundo pesquisa apresentada pela Vigitel – Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. Com isso, são mais de 13 milhões de brasileiros com a doença.

Os cuidados com a saúde para quem tem diabetes são muitos, desde a alimentação até o uso correto dos medicamentos. Além disso, o controle da glicemia (concentração de glicose no sangue) é fundamental para evitar danos a órgãos importantes, como rins, coração, cérebro, entre outros.

O que muitos não sabem, é que episódios recorrentes de hipoglicemia (nível de açúcar baixo) e hiperglicemia (excesso de glicose no sangue) podem afetar alguns órgãos e também algumas funções do corpo humano, como a sexual.

Sabe-se que o diabetes mal controlado danifica as veias e artérias, impactando no fluxo de sangue, que é fundamental para o bom funcionamento da função sexual.

Para o homem ter uma ereção é preciso uma boa circulação sanguínea. O descontrole da glicemia afeta o fluxo de sangue, portanto, atinge diretamente o mecanismo da ereção. Estima-se que mais da metade dos homens diabéticos desenvolverão, ao longo do tempo, disfunção erétil.

Nas mulheres, o diabetes também interfere na sexualidade. Alguns estudos mostram que a falta de lubrificação atinge 5 a 28% das mulheres diabéticas. Além disso, ocorre redução do desejo sexual e ausência do orgasmo. Ao entrar na menopausa, o descontrole glicêmico pode aumentar e, com isso, há um risco maior que podem provocar dor durante a relação sexual.

Os diabéticos que apresentam outros fatores associados como colesterol alto, pressão alta, uso de cigarro e de álcool, têm maiores chances de desenvolver problemas relacionados à função sexual. O estresse e alguns medicamentos também contribuem para os problemas sexuais.

Dicas de prevenção
A prevenção começa pelo bom controle da glicemia. Além disso, é preciso tomar corretamente os medicamentos receitados pelo médico e manter hábitos saudáveis, como:
– Ter uma alimentação equilibrada;
– Reduzir o consumo de sal, gordura e bebida alcoólica;
– Praticar uma atividade física regularmente;
– Beber pelo menos dois litros de água por dia;
– Gerenciar o estresse;
– Controlar a pressão arterial e o colesterol;
– Controlar o peso;
– Fazer uma boa higiene íntima (homens e mulheres).

*Dr. Thiago Camargo (CRM 107445) é ginecologista e especialista em saúde da mulher e escreve no Cotia Agora.