Coluna de Lúcio Cândido Rosa: Progressão dos espíritos

Assim como os mundos progridem, os Espíritos que vivem nele também, pois não dá mais para ficar acreditando que somos criações milagrosas, destinadas a viver num Paraíso feito de ilusão.
Que todos os seres que vivem nesse Universo são filhos de Deus, não se discute.
Porém, acreditar que há favoritismo para alguns, e colocar em jogo toda a sabedoria de Deus, é inadmissível, pois quer queira ou não todos precisam passar por um processo evolutivo.
Sendo assim não existe privilegiados, pois todos foram criados simples e ignorantes, e com as mesmas possibilidades de evoluir, porque Deus sendo Justo e Bom, jamais poderia criar filhos em desigualdade de condições.
É mera utopia, acreditar que tenha criado Anjos, Arcanjos e Serafins, diferentes de nós para ficarem ao lado de seu trono, e, que também o demônio seria um anjo decaído da Criação, que se rebelou contra Ele.
Tudo vai ficando mais claro, quando compreendemos que o Universo começou a ser criado, há milhões e milhões de anos, e junto com ele muitos outros seres foram criados também, e vêm evoluindo a ponto de serem Co Criadores do Universo.
Se todos nós somos filhos de Deus, em pé de igualdade absoluta, e colocados na mesma senda do progresso, se uns demoram mais do que os outros para alcançar a sua evolução, é por livre escolha. O caminho ao Reino Angélico, depende de sua própria escolha, e a cada um será dado segundo as suas obras. Jesus Cristo afirmou: “vós sois Deuses, podereis fazer o que eu faço e muito mais.”
Em sua origem, os Espíritos não têm mais do que uma existência instintiva, possuindo apenas consciência de si mesmo e seus atos. Pouco a pouco a inteligência vai se desenvolvendo numa escalada, que o coloca num grau de qualificação entre: a ignorância e a sabedoria; a maldade e a bondade; a imperfeição e a perfeição.
Assim serão inferiores ou superiores, conforme o nível que tenham alcançado na escala espírita.
O Espírito pode permanecer estacionário moralmente e intelectualmente, sem jamais perder o que conquistou.
Deus não libera os Espíritos das provas, que devem sofrer para chegarem à primeira ordem, pois, se assim o fizesse, teria criado seres perfeitos sem necessidade de méritos para gozar dos benefícios da perfeição. Senão onde estaria o mérito dessa luta?
Os Espíritos não precisam necessariamente passar pela fieira do Mal para chegarem ao Bem, mas passam pela da ignorância.
O livre arbítrio se desenvolve, à medida que o Espírito adquire consciência de si mesmo. Não haveria liberdade, se a escolha não dependesse da vontade e decisão dele, em ceder a esta ou aquela influência, boa ou má.
Lendo O Livro dos Espíritos, na Parte 2ª, Cap. I encontraremos a Escala Espírita que será apresentada abaixo.
Na terceira ordem, temos os Espíritos imperfeitos, que se caracterizam pela ignorância, pelo desejo de praticar o mal, o apego às más paixões, que retardam o seu desenvolvimento, pois há neles o predomínio da matéria.
Tais características dos Espíritos Imperfeitos não são iguais para todos, porque progridem e se modificam, à medida que desenvolvem sua inteligência e moralidade, libertando-se da influência da matéria.
Essa ordem é composta por cinco classes: Espíritos Impuros, Levianos, Pseudossábios, Neutros, Batedores e Perturbadores.
Esses Espíritos são reconhecidos em suas manifestações, pela linguagem grosseira, vulgar, e pelos nomes de demônios, gênios maus ou Espíritos do mal.
Os de segunda ordem, são os que chegaram ao meio da escala. Têm o desejo de praticar o bem, e sua realização decorre do grau de evolução que atingiram. Há neles o predomínio do Espírito sobre a Matéria, e consequentemente, buscam a sabedoria e a moralidade.
Sentem-se felizes pelo bem que praticam e quando impedem o mal de acontecer.
Essa segunda ordem é composta por quatro classes: Espíritos Benévolos, Sábios, Prudentes e Superiores, que colaboram na parte da Ciência, da Sabedoria e da Bondade.
O progresso intelectual e o progresso moral, raramente andam juntos, porém, o que os Espíritos não conseguem num certo tempo, alcançam em outro, de modo que os dois acabam por atingir o mesmo nível.
Os de primeira ordem são os Espíritos Puros, que já atingiram o ponto mais elevado da escala evolutiva. Pertencem à 1º classe. Percorreram todos os graus da Escala Espírita, e despojaram-se de todas as impurezas da matéria. Possuem superioridade moral e intelectual absoluta, em relação aos outros Espíritos de outras classes.
Não estão mais sujeitos à reencarnação em corpos perecíveis. São mensageiros e ministros de Deus, cujas ordens executam.
Comandam todos os outros Espíritos que estão abaixo na escala, ajudando-os a se aperfeiçoarem, designando-lhes pequenas missões.
Concluindo: – O Espírito é criado simples e ignorante.
Depois, Deus concede-lhe a inteligência e o Livre-arbítrio.
A partir daí ele passa a reencarnar pela escala dos mundos: Primitivo, Expiação e Provas, Regeneração, Feliz, e por fim, Celeste.
À medida que vai evoluindo em conhecimento e moral, vai galgando essa escala.
De tempos em tempos, a espiritualidade auxilia a evolução desses mundos, fazendo remanejamento de Espíritos.
A Terra, conforme esclarecimento dos Espíritos Superiores, está passando para mundo de Regeneração.
Os espíritos mais rebeldes estão sendo remanejados para outros planetas e, para cá, estão vindo Espíritos que auxiliarão em nossa evolução.
E, que estejamos preparados para esta transição.
Muita paz todos!

* Lucio Cândido Rosa escreve quinzenalmente sobre espiritismo e espiritualidade no Jornal Cotia Agora. Quer enviar sugestão de algum tema para que ele aborde? Envie para o email [email protected]