Lucio Cândido Rosa: O suicídio na visão espírita

Caro Leitor!

Vamos abordar hoje, mais um tema que tem causado grande preocupação em toda a nossa sociedade, pois não é pequeno o número de jovens, adultos e pessoas das mais variadas idades, que procuram abreviar a própria vida, acreditando que com essa atitude ficariam livres de todos os problemas que o estavam atormentando.
Não têm noção do erro que estão cometendo, pois se antes tinham alguns problemas, após o suicídio passarão a ter muito mais, com maiores complicações do que antes.

Nossa intenção em apresentar esse tema de consequências dolorosas, está no sentido de alertar a quem deseja praticar o suicídio e o que se deve fazer em benefício de um Espírito suicida.
O suicídio é uma palavra que deveria desaparecer do nosso dicionário, pois ele se define assim:
Ato de suicidar-se, desgraça ou ruína proporcionada ao próprio indivíduo por falta de bom senso, autodestruição procurada espontaneamente por falta de juízo.

Normalmente isso acontece, porque as pessoas tem uma noção errada do que é a sua existência na Terra, acreditando que a vida é única, e não existe mais nada depois da morte. No seu desespero ele só pensa em livrar-se dos problemas sem se preocupar com o que acontecerá depois.

Puro engano, pois a Doutrina Espírita através de um grande número de médiuns que psicografam ou através da psicofonia nos trazem relatos de Espíritos suicidas que desejam alertar a outros que desejam praticar o mesmo erro.
Camilo Castelo Botelho – no Livro Memórias de um Suicida – psicografado pela grande médium Brasileira Yvonne do Amaral Pereira, relata quais foram as consequências do suicídio cometido por ele, devido a não aceitação de sua cegueira física.

Nenhum de nós tem o direito de tirar a própria vida e a de quem quer que seja.
Antes de reencarnar todos traçam uma perspectiva de vida na Terra, por um tempo determinado, que precisa ser cumprido à risca, para não comprometer a própria encarnação perante a Lei de Causa e Efeito.

Quem nesta Terra não tem problemas? Todos passam por grandes dificuldades ou necessidades, perdendo as forças por não acreditar em Deus, ou que existe uma solução para tudo, quando a procuramos.
Por outro lado precisamos abandonar a ideia de que Deus está nos castigando, pelos erros cometidos por nossos pais ou porque carregamos conosco o peso do pecado original cometido por Adão e Eva, pois o próprio Cristo disse: “A cada um será dado segundo suas obras”.

Deus jamais permitirá que seja colocado em nossos ombros um fardo que não possamos carregar sob qualquer circunstância.
Quais seriam as causas mais frequente do suicídio?
Conflitos familiares;
Rompimento de laços afetivos;
Perda de um ente querido;
Reveses da fortuna;
Doença grave;
Desequilíbrios sexuais;
Solidão;
Depressão;
Perda do sentido pela vida;
etc….
Nada! Nada justifica a atitude de tirar a própria vida em qualquer circunstância, seja de forma direta ou indireta.
O de forma direta é quando o indivíduo calcula em seus mínimos detalhes como vai proceder: Enforcar-se, ingerir remédios de forma excessiva, afogar-se, jogar-se de um penhasco, etc….
O de forma indireta é quando vai se matando lentamente através dos vícios, sentimentos inferiores ou atitudes que demonstrem total falta de responsabilidade, etc….

Essas atitudes tomadas de formas programadas ou não, terão o seu peso no acerto de contas com as Leis Divinas implantadas em nossa consciência.
Mas então como fica a situação do Espírito suicida?
Em primeiro lugar, sofrerá com a lembrança do ato provocado. Segundo, sentirá o sofrimento da família e o desequilíbrio que venha lhe causar.
A pessoa não tendo a permissão de tirar a própria vida, seu espírito ficará ligado ao corpo sentindo todas as sensações que este sente no túmulo, vindo somente a encontrar a paz em si mesmo com o auxílio de equipes espirituais como fazem a Legião dos Servos da Maria de Nazaré.

Será levado para hospitais espirituais, para receberem tratamento psicológico espiritual e refazimento do corpo espiritual, preparando-se para futuras encarnações, sofrendo lesões conforme os órgãos afetados e, na maioria das vezes vivenciando os mesmos problemas que o levaram a tirar a própria vida.

No caso do suicídio indireto, suas penas serão mais leves. Porém não se livrará do acerto de contas com a vida pela atitude tomada, através da Lei de Causa e Efeito.

No Livro Nosso Lar, psicografado por Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito André Luiz, no capitulo I, ele nos relata o que aconteceu após a sua morte, levado ao Umbral (Purgatório), onde foi chamado de suicida. Já no capitulo 4 após ter sido levado ao hospital espiritual foi visitado pelo médico Henrique de Luna que lhe disse o seguinte:
– É de lamentar que tenha vindo pelo suicídio!

E André Luiz retrucou: – Mas eu não tirei a própria vida, lutei quase 30 dias para não deixar o corpo físico…
E o médico relata novamente que ele havia antecipado a sua morte, pelo mau uso que fez de seu corpo vivendo em função de seus vícios, prostituição e sentimentos inferiores.
Alerta que serve para todos nós, para não usarmos e abusarmos do corpo em algumas situações de nossa vida.
Sabendo de tudo isso, qual deverá ser nossa postura diante da vida?
Acreditar que por mais que estejamos passando por grandes necessidades, dificuldades ou doença grave, sempre existirá uma solução. E, se não acreditarmos nisso, o nosso próprio desespero poderá nos levar a querer tirar a própria vida.

Sendo assim procuremos então pessoas que estejam dispostas a nos ouvir e nos ajudar a sair das variadas situações.
Podemos buscar ajuda no atendimento fraterno da Casa Espírita.
E finalmente, devemos ter a certeza de que a doença grave que estamos passando, faz parte de nosso processo reencarnatório, que nos auxilia a evoluir.
O nosso querido Francisco Cândido Xavier, o maior divulgador do Espiritismo no Brasil, psicografando mais de 400 livros, faz o seguinte relato:
Uma mãe desesperada o procurou, porque seu filho teria as duas pernas amputadas por motivo de gangrena. Além disso ele havia nascido sem os dois braços, com dificuldades para enxergar e bastante debilitado.
Porém antes que ela dissesse qualquer coisa, no auge de seu desespero, Chico lhe disse: – Ampute as duas pernas dele.
Ela saiu em desespero, e ele foi repreendido pelo filho que lhe disse: – Ela veio desesperada buscar um consolo e é assim que o senhor a consola?
Chico calmamente lhe responde que o rapaz já havia cometido sete suicídios em outras vidas, e que todas as limitações que trouxera era para que não cometesse mais um.
Diante das dificuldades que ele estava passando, a gangrena que enfrentava era a intervenção Divina para que ele não provocasse o oitavo suicídio, pois já estava pensando como iria se jogar de um penhasco.
Onde e como poderemos buscar ajuda?
Em qualquer circunstância sempre deveremos procurar a ajuda médica psiquiátrica ou um bom psicólogo, que sempre poderá nos oferecer uma grande ajuda.
Dentro da terapêutica Espírita iremos encontrar os ensinamentos do Evangelho de Jesus, que nos servirá de alimento espiritual, para que fortaleçamos as nossas virtudes, venhamos a superar nossas dificuldades tendo força e coragem, para acreditar na vida e em nós mesmos.
A Casa Espírita nos oferece assistência espiritual especializada, além de palestras edificantes.
Esses ensinamentos irão fortalecer nossos pensamentos para enfrentar qualquer situação, acreditando que sempre existe uma solução viável, que nem imaginamos que possa existir.
Já a fluido-terapia (passe) virá para nos fortalecer espiritualmente, renovando toda a nossa vitalidade, para que deixemos de lado a depressão e qualquer influência negativa.
O que jamais podemos esquecer é que a prece irá aliviar todo nosso sofrimento e daqueles que porventura tenham tirado a sua própria vida.
A família tem uma importância fundamental, porque precisará estar sempre atenta a tudo o que está acontecendo, pois poderá detectar os sinais que o futuro suicida apresenta, pois irá buscar isolamento para ficar arquitetando o que irá fazer.
Conclusão: – tendo recebido toda gama de conhecimento, poderemos refletir e ignorar qualquer pensamento suicida como solução de problemas.
Quando nosso dia se apresentar sombrio e apavorante, quando tudo nos levar ao desespero, tenhamos a certeza que a divindade possui soluções que desconhecemos para todos os enigmas e situações que nos escapam, a fim de elucidar e dirimir equívocos e dificuldades.
Sendo assim ame a vida e viva com amor.
E se as situações te parecerem insuportáveis através da dor, lembre-se que Jesus, na suprema humilhação da Cruz, confiou em Deus, e que Maria, Sua Mãe, em total angústia, fitando o filho traído, aparentemente abandonado, de alma também trespassada pela dor sem nome, por meio de cuja confiança integral se converteu em exemplo insuperável de resignação e paciência, na sua inquestionável fé em Deus, tornando-se a Mão Santíssima da Humanidade toda.
Muita Paz a Todos!

-Próximo tema: Homossexualidade na visão espírita (3/7)

* Lucio Cândido Rosa escreve quinzenalmente sobre espiritismo e espiritualidade no Jornal Cotia Agora. Quer enviar sugestão de algum tema para que ele aborde? Envie para o email [email protected]