Lucio Cândido Rosa: Desencarnei. E agora?

Para se libertar do temor da morte, é necessário podermos encará-la sob o seu verdadeiro aspecto, tendo uma ideia de como é a vida na espiritualidade.
O medo é causado em muitas pessoas, porque não sabem ou nem imaginam o que acontece lá, principalmente com quem morreu pelo suicídio, acidentes fatais, catástrofes, vícios, e especificamente hoje pela pandemia causada pelo coronavírus.

Escrevemos este artigo com o intuito de esclarecer e acalmar os corações de nossos leitores.
Afirmamos que tudo fica bem para quem vive de acordo com as Leis de Deus.
Todos os nossos entes queridos que já se foram, independentemente de sua crença estarão sendo assistidos por nossos amigos espirituais.

Traremos informações colhidas da Doutrina dos Espíritos, que é fonte abençoada, onde obteremos orientações precisas, para enfrentar tanto as dificuldades da vida, quanto os enigmas da morte.
Tentaremos ajudá-los a perder o medo da morte e a encará-la de forma mais suave, no momento certo.
As informações aqui passadas são frutos de muito estudo e participação em reuniões mediúnicas, onde espíritos relatam sua existência, seus hábitos na vida terrestre, seu gênero de morte, segundo seu grau de evolução mais ou menos elevado na escala espírita.

Ouvimos dizer: – Não sabemos o que se passa na vida espiritual, pois até agora ninguém voltou de lá para nos contar!
Para nós espíritas, é um erro pensar assim, pois nas sessões mediúnicas, eles se comunicam conosco, vêm nos instruir, com a permissão de Deus nosso Pai.
A espiritualidade e a imortalidade são intuitivas na criatura humana.
Quando dormimos, há um desdobramento do nosso espírito, que é sem dúvida uma experiência de morte. Todas as noites entramos em contato com o mundo espiritual. Não aceitamos isso por orgulho, pois achamos que o nosso pensamento não aceita essa afirmação, por sermos materialistas ou por falta de fé.

No entanto, muitos têm medo da morte, porque desconhecem esse processo e o que os espera do lado de lá.
Nesse sentido, as religiões deveriam preparar melhor seus fiéis para a vida no além-túmulo, sem nenhuma fantasia, condenando-os ao céu, purgatório ou inferno, conscientizando-os sobre a sobrevivência da alma e abrindo as cortinas que separam os dois mundos: físico e espiritual.

A Doutrina Espírita é fonte de água viva, iluminando os caminhos misteriosos do retorno. Afugenta temores desnecessários e constrangimentos perturbadores.
À luz da Doutrina, poderemos encarar a morte com serenidade, preparando-nos para enfrentá-la, pois todos nós sabemos que morreremos um dia.
A expressão “desligamento” define bem o processo desencarnatório.

Para que o Espírito se liberte do corpo físico, há necessidade de desligamento, já que permanece ligado a ele por cordões fluídicos que o sustenta na sua comunhão com a matéria.
Há técnicos espirituais que se aproximam do desencarnante, promovendo recursos magnéticos, para facilitar seu desligamento.
Além de contarmos com essa ajuda especializada, em muitos casos, poderemos contar ainda com a presença de familiares e amigos, que desencarnaram antes de nós.

Nos desencarnes coletivos, uma equipe espiritual gigantesca é utilizada, contando com a colaboração de encarnados, em desdobramento, prontos a doar energias fluídicas biológicas, que auxiliarão no processo.
O apoio da Espiritualidade sempre estará subordinado aos méritos do desencarnante. Se virtuoso, merecerá atenção especial e, tão logo seja consumada a desencarnação, será conduzido a instituições assistenciais na espiritualidade, que favorecerão sua readaptação à vida Espiritual.

Já, os que se comprometeram com o vício e o crime, despreocupados da disciplina e do merecimento, serão desligados no momento oportuno, mas permanecerão entregues à própria sorte, estagiando por tempo indeterminado, nas zonas inferiores, em volta da Terra, para se despojarem dos impulsos primitivos de animalidade.
Os doentes, serão encaminhados pela Equipe “Socorrista dos Servos de Maria”, a hospitais espirituais, para receberem passes magnéticos e água fluidificada, para sua cura real. Como sabemos, a doença vem do espírito, através do perispírito, refletindo no corpo físico.
Somos egoístas. Mesmo se aceitarmos a vida além-túmulo, multiplicamos nossas vigílias e orações, recusando-nos a admitir a separação do ente querido.

Esse comportamento ultrapassa os limites da afetividade.  A não aceitação dos desígnios de Deus, a mágoa, os gestos de inconformidade e desespero, geram fios fluídicos, que tecem uma espécie de teia de retenção, promovendo uma sustentação artificial da vida física. Semelhantes vibrações não reterão a morte, apenas a retardarão, submetendo o moribundo a uma carga maior de sofrimentos.
Quanto a isso, os Técnicos da Espiritualidade, promovem recursos magnéticos, para uma recuperação artificial do paciente, que surpreendentemente começa a melhorar, recobrando a lucidez, ensaiando algumas palavras…
Geralmente, tal providência acontece em noites avançadas. Exaustos, mas aliviados, os familiares vão repousar.
Aproveitando a trégua da vigília, os benfeitores espirituais aceleram o processo de desencarnação, iniciando o desligamento.

Quando o moribundo e seus familiares controlam as emoções, cultivando a prece, sentimentos de confiança e gratidão, considerando a necessidade de ajudar àquele que se vai, a espiritualidade encontra facilidade para promover o desligamento, sem traumas e desequilíbrios para ambas as partes.
A eficácia da oração é preponderante para todos, recordando o que Jesus nos ensinou no “Pai Nosso”: – “ seja feita a vossa vontade assim na Terra como no Céu”, deixando claro que compete a Deus, definir o que é melhor para nós.
Vale ressaltar que, quanto maior o número de encarnações, maior será o conhecimento do nosso Espírito a respeito da morte.

Muitos Espíritos acreditam que ainda estão vivos, e quando amigos ou familiares se aproximam para recebê-los, encaminhá-los, recusam a ajuda por acreditarem que ainda estão vivos. Por causa do livre-arbítrio, ficam vagando sem rumo ou voltam para casa, perturbando seus familiares, por falta de atenção (porque não são vistos, nem ouvidos).

Conclusão: O tema é extenso, e para maiores esclarecimentos, consultar livros como “Obreiros da Vida Eterna”, psicografado por Chico Xavier, pelo Espírito André Luiz; “Quem Tem Medo da Morte? ”, de Richard Simonetti e outras obras, além da codificação Kardequiana.
Neste momento de Pandemia, em que ocorrem desencarnes coletivos, confiemos na Espiritualidade Maior, porque o melhor está sendo feito para nós e nossos entes queridos, encarnados e desencarnados.
Muita paz a todos!

* Lucio Cândido Rosa escreve quinzenalmente sobre espiritismo e espiritualidade no Jornal Cotia Agora. Quer enviar sugestão de algum tema para que ele aborde? Envie para o email [email protected]