Psicóloga Regiane Campos. O poder dos pensamentos: Posso estar no céu e bem longe dele em segundos

Sempre me inquietou o poder dos pensamentos, era comum ouvir relatos de clientes e os meus próprios sobre a capacidade de estar bem e, em minutos se perceber em desconforto e sofrimento.

70.000 pensamentos por dia

Você tem ideia de quantos pensamentos podemos ter ao longo do dia? Alguns estudos apontam que podemos ter 70.000 pensamentos. Isto dá aproximadamente 3.000 por hora. Veja só: até quando estamos dormindo nossa mente não para!
Diante disso eu te pergunto: “Você já parou para pensar no poder dos seus pensamentos?
É fato que nossa mente é maravilhosa, pois sempre trabalha em favor do nosso propósito de vida. O problema começa quando não estamos em sintonia conosco mesmos; surgindo o desconforto, a dor e o sofrimento.
Por isso: “ Cuidar para o equilíbrio físico e mental, através da satisfação das nossas necessidades, gera bem estar e saúde.”

Como os pensamentos transitam em nosso cérebro?

A neurologia nos fala, através de estudos e pesquisas, que o cérebro humano é incapaz de diferenciar um pensamento real de um irreal. Para o principal órgão e centro do sistema nervoso nos animais vertebrados tudo pode ser considerado perigoso ou inofensivo; dependerá exclusivamente das emoções e crenças envolvidas no pensamento em ação.

O papel da Emoção do Medo em nossos pensamentos

O medo existe para nos proteger do que pode colocar em risco nossa integridade. Foi esta emoção que nos manteve vivos enquanto espécie.
Só que esta emoção passa a ser problema quando ele aparece em quantidade exagerada, impedindo-nos de viver experiências que gostaríamos como: se encontrar com alguém que temos interesse, propor mudanças no trabalho, educar nossos filhos de um jeito diferente dos nossos pais.
Quando isso acontece há um aumento do nosso nível de stress, ficamos tensos e nos preparamos para atacar ou fugir

Por que Ansiedade e Medo andam juntos?

Pela incapacidade de diferenciação entre real e irreal, nosso cérebro não identifica o tamanho do perigo presente em 1 pensamento e manda nosso organismo produzir hormônios que geram sensações como dores no peito, dificuldade de respirar, insônia; bastante conhecidas por aqueles que sofrem de ansiedade.

Dependendo do nível de desequilíbrio entre nosso propósito de vida e a realidade que estamos vivendo, a ansiedade pode se apresentar em diferentes níveis. Ela pode ser leve, quando eu sinto aquele friozinho na barriga e recebo a mensagem do meu cérebro que seria legal se eu me preparasse para viver a situação considerada como nova ou que eu tenha necessidades de mudança.

Já quando ela atrapalha meus pensamentos e eu não consigo ter ideias ou pensar em alternativas para superar um desafio, a ansiedade atingiu um nível intenso.

O 3º nível é quando a ansiedade toma conta e não conseguimos mais fazer nada do que queremos ou precisamos. Neste nível a pessoa começa a ter medo de tudo e já não consegue mais sair de casa, se relacionar com os outros e fazer até mesmo coisas simples. É neste ponto que aparecem os transtornos de ansiedade que podem inclusive evoluir para os transtornos de pânico.

Como equilibrar pensamentos e mensagens que mandamos para nosso cérebro?

Sempre que o medo te enfraquecer ou estiver te impedindo de fazer coisas que você tem vontade. Sejam grandes ações como uma mudança de país ou rotineiras do tipo “andar de metrô”; o auxílio de profissionais da área da saúde como psicólogos, neurologistas ou psiquiatras, que realmente conheçam sobre este assunto e que estejam qualificados para ajudar no ajuste da emoção e no processo de trazer o medo para o nível da razão, se faz necessário.

É muito importante saber que o medo não pode alterar nossa rotina, pois quando isto acontece é sinal de que ele está desregulado, dificultando o correto funcionamento do nosso cérebro e organismo.

Ter claro que as emoções devem ser nossas aliadas e não inimigas gera felicidade, bem estar e saúde.

* Regiane Campos – CRP 06/ 58579 – Psicóloga Clínica e Consultora Executiva escreve quinzenalmente no Jornal Cotia Agora.
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