Psicóloga Adriana Biem: Viver com propósito

Como é difícil seguir em algo que não acreditamos. No trabalho, nos relacionamentos, nos objetivos de vida sempre procuramos algo que nos dê um propósito, alguma forma de deixar a nossa marca.

Talvez nem sempre tenha sido assim, mas hoje em dia diante das inúmeras possibilidades que conhecemos através da globalização e expansão da comunicação, é natural que procuremos por caminhos que nos tragam maior satisfação.
De um lado o mundo meio que mecanizado, um pouco robotizado; de outro nós, querendo que a nossa individualidade seja reconhecida, querendo expor as nossas opiniões e tentando descobrir a razão de continuarmos firmes em um propósito, seja qual for.

De um lado somos massacrados por milhares de informações a respeito de coisas que por vezes pouco nos interessam e de outro, essas mesmas informações abrindo portas e possibilidades que antes nem conseguiríamos sonhar.
As startups que dão certo do “dia para noite”, os casais que largam tudo para viajar o mundo e dicas para ter um relacionamento perfeito a um clique de distância.

Tudo isso abrindo nossos olhos das infinitas possibilidades que a vida pode nos oferecer e mudando a nossa forma de enxergar como a vida pode afinal ser vivida.

E o melhor de tudo, é que diante de tantas coisas não nos sintamos obrigados a fazer nenhuma delas se aquilo não combinar com a gente. A graça é poder ter opção, a graça é poder repensar nossos caminhos, a graça é poder ir ao encontro de algo que faça sentido.

Como podemos diante disso não questionar a posição em que estamos? O nosso lugar no mundo?
E questionar é o divertido, ter dúvidas é o combustível que nos move. Diante das certezas corremos o risco de paralisar, o risco de não achar mais sentido, de virarmos meros conformados do nosso papel no mundo e vivermos uma vida banal.
Nada será perfeito, nenhum trabalho ou relacionamento trará somente coisas boas e realizações o tempo todo, mas acredito que poder partir disso, seja o que nos faz suportar o resto. Se escolho algo que tenha significado pra mim e tenho consciência disso, eu posso facilmente suportar o que vem junto, o que não foi escolha, a outra parte do pacote.

Ao contrário, se as escolhas da minha vida na verdade pertencem a outro alguém, reclamar passa a ser a única fonte genuína de podermos ser nós mesmos. Já que eu não escolhi nada, reclamar é o que me resta, reclamar é o que dá sentido a uma vida aparentemente sem razão de ser.
Qual vida você vai escolher?

*Adriana Cardoso Biem – Psicóloga Clínica, especialista em Gestalt-Terapia – CRP 06/80681 – Formada pela Universidade São Marcos, especialista pelo Instituto Sedes Sapientiae – Atende em Alphaville (Barueri) e Granja Viana (Cotia) – Contatos: [email protected] – www.facebook.com/adrianabiempsicologa – @adrianabiempsi (Instagram)