Clube de Boxe de Cotia promoveu churrasco de fim de ano

O Clube de Boxe Cotia realizou uma confraternização de final de ano neste domingo (9), reunindo parte de seus praticantes, em um churrasco no Jardim Adelina.

Comandado por Ricardo Pardal, o Clube de Boxe de Cotia completou este ano 58 anos de existência, já que foi fundado em 1960 pelo seu patrono Benedito dos Santos, o Santista, pugilista que representou Cotia por muitos anos nos ringues.

O Clube fica na parte inferior da Praça da Matriz, no Centro de Cotia e reúne dezenas de jovens e veteranos que aprendem todas as técnicas do esporte. Pardal fez questão de reunir os alunos para confraternizar e comemorar as conquistas deste ano e agradeceu o apoio de todos que ajudam na empreitada e neste domingo, fez questão de agradecer os donos do Bar da Árvore, Bel e Geraldo e aos alunos que compareceram.

Quer praticar boxe? Ligue: 9-7339-7739 (Ricardo)

História do Clube de Boxe Cotia

O Clube de Boxe de Cotia, também conhecido como Academia de Boxe de Cotia, foi fundado em 1960 por Benedito dos Santos, popularmente conhecido como Santista.
Santista, através do boxe, ensinou durante muitos anos a arte deste esporte. Dezenas de garotos que poderiam ter seguido o caminho das drogas e da marginalidade, foram abraçados e amparados por Santista, que através da prática do esporte, conseguiu formar atletas e cidadãos.

Ricardo Pardal seguindo com o sonho do pai

Durante mais de 40 anos dedicados ao esporte e à academia, Santista viu passar por ali muitos meninos que sonhavam em se tornar um grande pugilista. No início, a academia ficava no antigo DEMA, que era um depósito da prefeitura, onde hoje se encontra a sede dos Bombeiros, depois foi para a antiga Praça da Matriz, mudou-se para o antigo ginásio de esportes e logo voltaria para a Praça. Fica na parte de baixo da praça, na esquina das ruas 10 de Janeiro e Yolando Savioli.

Por alguns tempos a academia passou por dificuldades e falta de apoio da prefeitura e o local acabou abandonado.
Santista morreu no dia 31 de dezembro de 2008 e com ele o sonho da reabertura da academia e do clube de boxe.

Só que, com apoio de alguns amigos, seu filho mais velho, Ricardo, criou um abaixo assinado em 2009, pedindo apoio de amigos, comerciantes e políticos da cidade e logo conseguiu realizar o sonho do pai, que era a reabertura do clube.

“Acredito que meu pai me deixou essa missão, de dar continuidade à sua história dentro do esporte. Pessoas que nem conheciam meu pai, mas sabiam da academia, me apoiaram naquele momento de reabertura. Isso não pode morrer, vou lutar para que muitos jovens não caiam no caminho do crime e das drogas, mas sim no do esporte”, disse Ricardo Pardal.

Quem foi Santista (Por Cesar Tibúrcio)

Ele possuía inúmeros títulos, diplomas e certificados, fez de tudo um pouco na vida. Sua história está intimamente ligada à da própria cidade. Veio para Cotia com dez anos, em 1950. No início, organizava corridas, depois, inaugurou a academia de boxe.
Para fazer a preparação física, saia correndo com os alunos pelas ruas da cidade.
Participou de muitas lutas pela TV Gazeta. Além de lutador e organizador, ele era juiz, jurado e treinador de campeões. Como boxeador, ganhou inúmeros títulos, entre eles o de vice-campeão paulista e campeão paranaense, categoria peso-médio.

Santista emprestava luvas, amarrava sacos de areia para treinar, pedia doações para algumas pessoas, tudo isso para manter o vivo o esporte. Pagou do próprio bolso muitas vezes, os materiais de treinamento.

Ele foi durante 25 anos, fotógrafo de casamentos. Levava os filmes para serem revelados em Pinheiros, já que na época a revelação de filmes era muito complexa e não existia em Cotia.

Muitos se lembram do Santista chefe e fundador do Grupo de Escoteiros de Cotia, que fundou em 1960. Entre os escoteiros que passaram pelo grupo, alguns conhecidos nos dias de hoje, como o ex-prefeito Quinzinho Pedroso, os irmãos Hélio e Álvaro Pedroso, dos Supermercados Pedroso, e até o popular Fenemê.
O grupo de escoteiros surgiu da necessidade de tirar as crianças da rua. Os acampamentos eram no Cemucam, Pedreira de Itapevi, Reserva Florestal de Cotia e outros locais próximos à natureza. O grupo teve a maior tropa de escoteiros do Estado de São Paulo.
Santista ficou alguns dias internado em um hospital com problemas de saúde e morreu no final de dezembro de 2008.