Chegada do inverno: alerta para pacientes asmáticos

Para pacientes com doenças respiratórias crônicas, a mudança climática pode representar um agravamento dos sintomas, especialmente, em pessoas que não seguem o tratamento corretamente.

Em 21 de junho foi celebrado o Dia Nacional de Combate à Asma, que esse ano traz um peso ainda maior com a pandemia de coronavírus, já que pacientes com a doença estão incluídos no grupo de risco. A condição ainda é bastante negligenciada pelos pacientes, mesmo com o alto número de hospitalização e mortalidade. O tratamento correto é essencial, especialmente durante o inverno, e permite uma vida normal e sem complicações.

Falta de ar, tosse, chiado e aperto no peito, despertar noturno e dificuldade para realizar tarefas simples são alguns dos sintomas da asma, uma das condições crônicas mais comuns do mundo. Segundo a Iniciativa Global contra a Asma (GINA, da sigla em inglês), essa doença respiratória é a quarta maior causa de hospitalização no Brasil, e cerca de seis pessoas morrem por complicações da doença por dia4 .

Cuidado redobrado no inverno e durante a pandemia

Dia 20 de junho marcou o início do inverno no Brasil. Quando as temperaturas caem, o paciente asmático deve intensificar os cuidados e o tratamento, além de ficar atento aos fatores ambientais que podem desencadear uma crise. “O interessante seria o paciente seguir um tratamento regular contínuo para evitar que os sintomas se agravem a cada mudança de temperatura”, afirma Rafael Stelmach, presidente da Fundação Pro Ar e médico pneumologista do Hospital das Clínicas.

De acordo com o especialista, existe um ciclo de doenças sazonais que afeta a população a cada mudança de estação. “Em abril e maio começam a surgir diversos tipos de vírus, alguns não tão conhecidos, e outros mais fáceis de identificar como a influenza A (H1N1). Esses vírus causam o agravamento ou a crise de uma doença pré-existente das vias respiratórias, o que provoca um aumento no número de internações ou consultas por esse tipo de ocorrência”, diz o especialista.

Em preparação para esse período de aumento de infecções por vírus que causam doenças respiratórias, o Ministério da Saúde promove, anualmente, a campanha da vacinação. Porém, como essas vacinas protegem apenas contra vírus já identificados, pacientes com doenças crônicas como a asma e a DPOC, entre outras, precisam redobrar os cuidados para evitar o contágio pelo novo coronavírus.

“Pacientes crônicos requerem tratamentos diários e estão mais suscetíveis a complicações mais graves em caso de infecção pela coronavírus, por exemplo”, afirma Stelmach. “O coronavírus é uma família já conhecida, porém, a Covid-19 é um novo vírus, maléfico, que acomete as partes mais profundas do pulmão”, diz o médico.

O pneumologista explica que “a função do pulmão é tão importante quanto a do coração, pois ele faz a troca do gás carbônico pelo oxigênio que circula por todo corpo através do sangue. É aí que o coronavírus pode se instalar e causar uma grande inflamação. E, como estamos falando da corrente sanguínea, o vírus pode chegar a outras partes do corpo e se alojar”, completa.

Por isso, com a chegada do inverno, é importante que pacientes diagnosticados com uma doença respiratória, como a asma, sigam seus tratamentos adequadamente. Segundo o Dr. Rafael Stelmach, “muitas vezes as pessoas deixam de apresentar os sintomas em alguns períodos, mas isso não é motivo para descuido, pois o tratamento deve ser contínuo. Por isso, sem a interrupção do tratamento, principalmente no inverno, quando o clima fica seco e frio o que leva à irritação das vias aéreas, a chance de sofrer um agravamento da doença diminui”, afirma.

Considerando o cenário de pandemia, o paciente asmático deve seguir todas as recomendações determinadas pelo Ministério da Saúde em caso de febre e sintomas respiratórios, além de ajustar o tratamento da asma, se necessário, conforme recomendações feitas pelo seu médico. Nos casos graves com febre alta e falta de ar, o paciente deve procurar serviço médico .