Bióloga Tatiana Silva: Microorganismos na recuperação de áreas degradadas

Uma área degradada é uma região que pelo mau manuseamento perde sua fertilidade e sua matéria orgânica e assim o solo fica exposto podendo ocorrer erosão, o que limitaria o crescimento das plantas.

Uma área está degradada quando a fauna e a flora são destruídas ou não conseguem mais habitar aquele lugar, ou quando a camada fértil do solo é perdida e a disponibilidade de nutrientes é baixa, e isso tudo prejudica a qualidade ambiental.

Quando uma área é degradada, sofre alterações físicas, químicas e biológicas e toda sua produção fica comprometida. No Brasil estima-se que a extensão de área degradada alcance 120 milhões de hectares.

A restauração da fertilidade do solo é fundamental para a recuperação de áreas degradadas. Na revegetação, que é um processo de reflorestamento feito em áreas degradadas podem ser usadas leguminosas arbustivo-arbóreas nesta recuperação.

O uso de leguminosas arbóreas e a utilização de bactérias e fungos, que num processo de simbiose (interação entre as duas espécies), proporcionam uma recuperação destas áreas a um menor custo, seria uma alternativa viável. As leguminosas possuem a capacidade de fixar, pela simbiose com os microorganismos, o nitrogênio do ar. A utilização de sua biomassa aumenta a matéria orgânica e adiciona nutrientes.

Em laboratório são selecionadas as linhagens de bactérias mais eficientes, e são produzidas mudas de árvores associadas a essas bactérias. As mudas são plantadas em viveiros e depois nas áreas degradadas. Os fungos micorriza, que vivem no solo, também são utilizados e eles contribuem no aumento da capacidade de absorção do fósforo e da água, e dão maior resistência às plantas.

Em áreas impactadas, essa tecnologia acaba sendo a mais barata disponível no mercado e, com o tempo, recupera as funcionalidades da área.

*Tatiana Silva é graduada em Ciências Biológicas pela UMC- Universidade de Mogi das Cruzes e escreve mensalmente no Cotia Agora.