A poucos dias para começar, festa do peão de Cotia deixa moradores angustiados

No início de abril começa a festa do peão de Cotia, mais uma vez, desrespeitando leis de silêncio, mobilidade e não trazendo nada de benéfico ao município, nem para os cofres públicos, tampouco para o comércio e moradores.

Vale lembrar que a festa é considerada particular, mas a prefeitura gasta (e muito), dinheiro público e coloca funcionários para trabalhar por mais de 12 horas.

Mas, faltando poucos dias para o começo, que será no estádio da cidade, moradores já estão apreensivos com o impacto de vizinhança que vai ocorrer.

O estádio fica ao lado de casas, na Vila Santa Terezinha, Recanto Vista Alegre, Granja Carolina, Jardim Adelina, Vila São Pedro e Centro. Juntando, são milhares de pessoas que vão perder o sossego e o sono por vários dias. No meio dessas pessoas, idosos (alguns doentes), trabalhadores que tem que acordar às 2h da manhã, como motoristas e cobradores de ônibus.

A repórter Bruna Santana esteve conversando com pessoas do entorno do estádio e apenas duas apoiaram a festa, pois pretendem comercializar produtos em suas garagens. Mas, o barulho, medo de furtos e demais ocorrências, tomam conta da maioria ouvida por nossa reportagem.

“Minha mãe toma tarja preta pra dormir, faz tratamento, o barulho da madrugada da Raposo Tavares já é um tormento pra ela, imagina esse barulhão dessa festa”, comentou C.S., que mora próximo ao local.

“Normalmente minhas folgas são durante a semana e trabalho aos sábados e domingos, pego as primeiras viagens e tenho que acordar 1h30, 2h da manhã. Vou dormir por volta das 19h para acordar e ir pro trabalho. Como vou dormir? Que porcaria de festa é essa? Como a prefeitura libera? Não tem uma lei do silêncio?”, se revoltou T.D.A, motorista de ônibus.

Na chamada Vila dos Pobres, no centro de Cotia, há a Vila Vicentina, que abriga cerca de 15 famílias de idosos, bem ao lado da Raposo Tavares, 100 metros do local do evento. Pessoas fragilizadas, que dormem cedo, tomam remédios de uso controlado, necessitam de cuidados especiais e serão prejudicadas pela festa.

“Exigir bom senso desses caras que organizam ou da prefeitura é pedir muito. Infelizmente muita gente vai adoecer, ter problemas, por conta de uma festa desnecessária, sem trazer nada para a população, somente dinheiro pra quem organiza e pra quem libera”, comentou Kléber, que também mora próximo.